Jogos Paralímpicos Tóquio 2020
24 de agosto a 5 de setembro 2021
![]() |
O
Comité Paralímpico Internacional (IPC) anunciou, ontem, dia 16 de agosto, de que os Jogos Paralímpicos Tóquio2020, que começam a 24 de agosto, serão
realizados à porta fechada e o Afeganistão vai falhar a presença nesta competição, devido à situação no país. Deixando assim de fora os seus representantes: os
atletas Hossain Rasouli e Zakia Khudadadi (que se iria tornar a primeira mulher afegã a participar nos Paralímpicos), ambos do taekwondo.
Mas o que é que a história nos conta sobre os Paralímpicos...
Os Jogos Paralímpicos nasceram há mais de 60 anos justamente no Reino Unido. Um médico que enfrentou o horror dos efeitos da II Guerra quis provar que as pessoas com alguns tipos de paralisias também tinham muito para dar ao desporto.
No ano de 1944, em Stoke Mandeville, uma pequena localidade a 70
quilómetros de Londres, Ludwig Guttmann, médico e refugiado de guerra,
judeu, é nomeado Diretor do Centro Nacional para as lesões na coluna,
a convite do governo britânico (que criou esta instituição).
Desde o início impõe uma lógica nova no tratamento de paraplégicos e tetraplégicos. Até essa altura, os lesionados na coluna eram tratados como irrecuperáveis, vidas que a medicina não conseguia melhorar.
Sedados e imobilizados nas camas 24 horas por dia e, por vezes, engessados dos pés à cabeça, tinham uma esperança de vida de dois anos. Morriam não por causa da paralisia mas devido aos tratamentos. As feridas de imobilidade infetavam e acabavam por levar a complicações que resultavam na morte.
Um cenário que Guttmann quis mudar.
Contrariando o conhecimento médico da altura e, por vezes, a vontade dos próprios doentes, começou a tratá-los como pessoas com muito para dar. Obrigou as enfermeiras a mudarem-nos de posição a cada duas horas, tirou-lhes o gesso, fê-los sentarem-se e exercitarem as partes do corpo que controlavam.
Por fim, fê-los desenvolverem competências como carpintaria ou datilografia que permitissem recuperá-los para o mercado de trabalho.
E não foi preciso esperar muito tempo até que Guttmann subisse a fasquia.
Depois de ver alguns pacientes em cadeira de rodas a jogar hóquei com muletas, reparou que o espírito competitivo destes doentes, grande parte deles veteranos de guerra, estava intacto.
Incentivou-os a aprenderem arco e flecha e arremesso do dardo, e nos Jogos Olímpicos de 1948 em Londres houve um evento paralelo:
os Jogos de Stoke Mandeville, com 16 atletas.
(Fonte: @tsf)
Portugal participou, pela 1.ª vez nos Paralímpicos, em 1972
com uma equipa equipa masculina de 11 atletas de Basquetebol em Cadeira de Rodas.
António Marques de 58 anos é um de nove atletas paralímpicos portugueses que conseguiu medalhas em mais do que uma modalidade e um de seis que as alcançou na mesma edição (Seul-1988).
Lamentavelmente, não conseguiu garantir a sua presença nos Jogos Paralímpicos de Tóquio2020.
No entanto lembramos que:
Histórico das participações portuguesas nos Jogos Paralímpicos:
- 10 Jogos Paralímpicos
- 281 Atletas
- 13 Modalidades
- 92 Medalhas
- 25 Medalhas de Ouro
- 30 Medalhas de Prata
- 37 Medalhas de Bronze
Medalhas por modalidades
- 53 Medalhas no Atletismo
- 26 Medalhas no Boccia
- 2 Medalhas no Ciclismo
- 1 Medalha no Futebol
- 9 Medalhas na Natação
- 1 Medalha no Ténis de Mesa
Fonte:@comité paralímpico
Uma forma também de homenagear, hoje, os 33 atletas portugueses, é registar aqui os nomes e respetivas modalidades:
Atletismo (10)
Ana Filipe; Carina Paim; Cláudia Santos;
Cristiano Pereira; Hélder Mestre; João Correia; Manuel Mendes; Miguel
Monteiro; Odete Fiúza; Sandro Baessa.
Badminton (1)
Beatriz Monteiro.
Boccia (10)
Abílio Valente; Ana Sofia Costa; André Ramos;
Avelino Andrade; Carla Oliveira; Cristina Gonçalves; José Macedo; Manuel
Cruz; Nélson Fernandes; Pedro Clara.
Canoagem (2)
Alex Santos; Norberto Mourão.
Ciclismo (2)
Telmo Pinão; Luís Costa.
Equestre (1)
Ana Mota Veiga.
Judo (1)
Djibrilo Iafa.
Natação (6)
Daniel Videira; David Grachat; Diogo Cancela; Ivo Rocha; Marco Meneses; Susana Veiga.
Notas soltas sobre a modalidade Boccia:
Tem influências do jogo tradicional Petanca, oriundo das civilizações gregas e romanas, tendo-se tornado uma modalidade Paralímpica em 1984, nos jogos de Nova Iorque.
É uma modalidade para atletas com paralisia cerebral e/ou outras disfunções neurológicas com origem no sistema nevoso central e disfunções neuromusculares severas de origem não cerebral que afetem os quatro membros.
O Boccia é jogado num campo de 12,5 m de comprimento por 6 de largura. É um desporto praticado num espaço interior, de precisão, em que são
arremessadas bolas de couro, seis azuis e seis vermelhas, com o objetivo
de as colocar o mais perto possível de uma bola branca chamada “jack”
ou bola alvo.
Esta modalidade pode ser disputada de forma individual (jogado por todas
as classes e composto por 4 parciais), pares (jogado pelas classes BC3 e
BC4 e composto por 4 parciais) ou por equipas (jogado pelas as classes
BC1 e BC2 e composto por 6 parciais).
Cerimónia de despedida
da Missão Paralímpica de Portugal
no Museu Nacional dos Coches (Lisboa)
(Jogos Paralímpicos Tóquio 2020)
Do discurso do Sr. Presidente da República, prof. Marcelo Rebelo de Sousa, destaca-se a seguinte mensagem:
"Se já é difícil ser-se os melhores olímpicos, é ainda mais difícil ser-se os melhores paralímpicos. Estar aqui é ser o exemplo de já serem vencedores numa luta feita a pulso, uma luta difícil, que é a luta de cultural, de uma sociedade que tem de se olhar ao espelho e aceitar-se como é. Isso é que é construir uma democracia social(...)
Cá estaremos no momento de regresso, este encontro não é só à partida. No regresso é que é o momento de vos testemunhar o reconhecimento, o agradecimento por tudo o que foi feito. (...) Pois será tudo sucesso, porque esteve-se em Tóquio onde estão os melhores dos melhores. Vamos vibrar convosco, vamos celebrar exatamente o mesmo com os demais que estão a representar a nossa pátria num espírito universal, fraternal, de abertura e de diálogo. (...) Agradeço do fundo do coração em nome de todos os nossos compatriotas. Viva, Portugal!"
O presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Lourenço, tal como o Presidente da República, também destacou a importância da equiparação dos prémios dos paralímpicos aos olímpicos e congratulou o governo pelo facto e garantiu que os atletas portugueses “vão para Tóquio com espírito de compromisso e missão”.
Um bem haja a todos!

As mascotes dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos.

Ótimo trabalho, estas pessoas são de facto uma força da natureza e merecem todo o apoio, apoio esse que às vezes falha por parte de quem não deveria nunca falhar.
ResponderEliminarAgradecemos o feedback. Uma ótima mensagem!
ResponderEliminarUm trabalho de excelência e que nos alerta e ajuda compreender melhor a capacidade e o esforço destes verdadeiros Heróis.Obrigado
ResponderEliminarAgradecemos o feedback e o reconhecimento.
ResponderEliminarContinue a seguir-nos.