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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Entre o relógio e o corpo: o debate europeu sobre a hora certa!

 Relógios em contagem decrescente...

                      (o debate que está a agitar a Europa!)

É tempo de mudar a hora… ou mudar de vez?



O Projeto Europa+/ e Clube Europeu convida-te a refletir sobre a mudança de hora e o impacto na tua vida!

Todos os anos, no outono e na primavera, milhões de europeus adiantam ou atrasam os ponteiros do relógio.
Mas esta rotina, aparentemente simples, levanta uma questão complexa:
- até que ponto o tempo que seguimos é o mesmo que o nosso corpo reconhece?

Entre decisões políticas, argumentos científicos e impactos no bem-estar, a Europa volta a debater se deve pôr fim à mudança de hora.

O tema divide governos, especialistas e cidadãos - e mostra como o tempo pode ser mais do que uma questão de relógio:
é também uma questão de saúde e de identidade europeia 

O que está em causa?
A mudança de hora foi criada para aproveitar melhor a luz do dia e, supostamente, poupar energia.
Na Europa, o sistema aplica-se duas vezes por ano: no último domingo de março (início do horário de verão) e no último domingo de outubro (regresso ao horário de inverno).

A Comissão Europeia propôs abolir a prática em 2018, mas os países membros nunca chegaram a acordo sobre qual hora adotar de forma permanente: a de verão ou a de inverno.



Mas... o debate regressou à agenda europeia: 
- o governo de Espanha propôs à Comissão Europeia que se termine definitivamente com esta prática, alegando que “já não faz qualquer sentido” e que a mudança tem impactos negativos na saúde (fonte: Observador, 2025).


O que dizem os especialistas portugueses:
Miguel Meira e Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono, alerta que mudar a hora duas vezes por ano pode ser bastante nocivo para a saúde.
O nosso organismo possui “milhares de ritmos” regulados por um relógio biológico central no cérebro. Quando alteramos a hora de forma brusca, esse relógio interno perde a sintonia.

O que diz a ciência?
- A mudança da hora afeta o ritmo circadiano e a produção de melatonina (hormona que regula o sono).
- Pode interferir no humor e na atenção, especialmente nos primeiros dias após a alteração.
- O suposto benefício energético é hoje considerado mínimo.


Até decisão sabe-se que:
- Na madrugada de domingo, 26 de outubro, os relógios em Portugal continental e na Madeira serão atrasados uma hora (das 2h para a 1h).

- Se a União Europeia decidir acabar com esta prática, esta poderá ser uma das últimas mudanças de hora no continente.

A decisão sobre “que horas são” pode parecer técnica, mas mostra como a Europa está presente nas pequenas coisas do nosso dia-a-dia - até no nosso sono. 🌙

Que hora deve permanecer? 
O que diz a ciência:
Os especialistas em sono e cronobiologia - incluindo o português Dr. Miguel Meira e Cruz - defendem que a melhor opção seria manter a hora de inverno (ou 'hora padrão') de forma permanente. Esta é a que está mais alinhada com o nosso ritmo biológico natural.

A hora de inverno é a mais próxima da 'hora solar verdadeira', ou seja, aquela em que o meio-dia no relógio coincide com o ponto em que o sol está mais alto no céu. O corpo humano precisa dessa luz matinal para regular o sono, o humor e o metabolismo.

- A luz da manhã ajuda a sincronizar o relógio biológico interno, enquanto o horário de verão permanente atrasaria essa exposição, criando mais cansaço, dificuldades de concentração e até alterações de humor. Por isso, manter a hora de inverno é considerado o cenário mais saudável e equilibrado.


Organizações como a Sociedade Europeia de Investigação do Sono, a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono e a European Biological Rhythms Society recomendam unanimemente a hora de inverno como a mais adequada para a saúde pública, sobretudo para crianças e adolescentes.

Como resume o Dr. Miguel Meira e Cruz: 
A hora de inverno é a mais próxima do nosso tempo biológico natural. Manter o horário de verão seria viver constantemente uma hora adiantados em relação ao sol - e ao nosso corpo.”


(recomenda-se a consulta das gadgets laterais- versão web - "Mudanças e fusos de hora: algumas curiosidades!")


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