O Projeto Europa+/Clube Europeu na sua missão de informação (e porque alguns jovens sugeriram) irá, neste post, dedicar algumas linhas à Inteligência Artificial (IA), até porque a Diretora Geral da UNESCO apresentou, em novembro de 2021, o Acordo Mundial sobre Ética da Inteligência Artificial (AI) e o mesmo foi adotado pelos 193 Estados-membros da UNESCO na 41ª Sessão da Conferência Geral.
(Fonte:@unescoportugal.mne.gov.pt)
O que é a IA?
Uma ciência que procura estudar e compreender o fenómeno da inteligência e, ao mesmo tempo, um ramo da engenharia, na medida em que procura construir instrumentos para apoiar a inteligência humana. Assim, ciência e engenharia pretendem permitir que máquinas realizem tarefas que, quando são realizadas por seres humanos, precisam do uso da inteligência.
Quando surgiu a IA?
As primeiras pesquisas iniciaram-se na década de 40, após a criação do primeiro computador digital. Mas a designação “Inteligência Artificial” surgiu em 1956, no famoso encontro de Dartmouth onde estiveram presentes, entre outros, os especialistas em ciências da computação Allen Newell, Herbert Simon, Marvin Minsky, Oliver Selfridge e John McCarthy. Desde então, têm sido estudadas e desenvolvidas formas de estabelecer comportamentos inteligentes nas máquinas. O grande desafio das pesquisas em IA pode ser resumido com a questão deixada por Minsky no livro Semantic Information Processing em 1968: “Como fazer as máquinas compreenderem as coisas?”
E atualmente?
A IA está no nosso quotidiano, mesmo sem darmos conta disso. Tal como no smartphone, no corretor ortográfico, no assistente pessoal, a forma como a segurança e o processamento de imagens são geridos, ou seja muitas aplicações funcionam com base na IA. O mesmo acontece quando usamos o computador, o GPS, o último modelo de robô de cozinha ou o de limpeza. A verdade é que, quanto mais dependemos da IA para algumas tarefas quotidianas, mais se torna familiar. Essa dependência e familiarização crescentes farão com a que a inteligência “artificial” passe a ser cada vez mais “natural”.
No entanto não se deve confundir...
Robótica com IA. A robótica é um ramo da tecnologia que lida com robôs e que envolve o projeto, a construção e a programação de robôs físicos, sendo que apenas uma parte deles envolve IA. Os robôs são máquinas programáveis que são capazes de realizar uma série de ações de forma autónoma ou semiautónoma (um robô é definido por interagir com o mundo físico através de sensores e atuadores; ser programável; ser autónomo ou semiautónomo). No entanto, não há consenso absoluto em relação à definição de robô. Há quem defenda que um robô deve poder pensar e tomar decisões (o que, nesse caso, sugere que tenha algum nível de inteligência artificial). Mesmo quando a IA é usada para controlar robôs, os algoritmos são apenas parte do sistema robótico maior, que também inclui sensores, atuadores e programação não-IA.
IA e o teste de Turing...
Este teste foi criado nos anos 50 por Alan Turing, um dos pais da ciência da computação e da IA, com o objetivo de descobrir se a inteligência artificial é inteligente a ponto de enganar um humano, fazendo-o acreditar que se trata de uma pessoa. Como? Respondendo às suas perguntas, feitas e respondidas com base em texto. Se 30% dos humanos consultados acreditarem que se trata de outro humano, a máquina passa no teste de Turing.
O conceito do teste foi desenvolvido inicialmente para definir se uma máquina era inteligente ou capaz de raciocinar, mas hoje esses conceitos são um pouco mais complexos e o teste de Turing transformou-se numa forma de avaliar a habilidade de uma máquina para imitar um ser humano.
Certamente já foi “testado” também em algum momento, em algum site onde teve de digitar algumas letras ou números distorcidos e depois clicar em “não sou um robô”. Esse teste é conhecido por CAPTCHA, sigla da expressão “Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart” que, em português, significa “Teste de Turing público completamente automatizado para diferenciação entre computadores e humanos”.
Uma pequena curiosidade...
Em 2014, pela primeira vez, um programa de computador enganou um número considerável de jurados no Teste de Turing. Ao tentar distinguir uma máquina de um humano, 10 dos 30 avaliadores foram convencidos de que o programa era um menino ucraniano chamado Eugene. Só que não!
O confronto Homem vs Máquina...
A IA vai gerar novos níveis de produtividade, gerar transformações nas indústrias e inevitavelmente substituir alguns trabalhadores, na medida em que torna as tarefas cada vez mais autónomas. Mas também irá levar à criação de novos empregos. Aparecerão novas oportunidades criadas pela robotização de tarefas e é fundamental que todos estejamos preparados para essa realidade. Tal como aconteceu com a Internet, há cerca de duas décadas, a IA vai aperfeiçoar e facilitar os empregos existentes e criar novos. O grande poder do desenvolvimento resultará na possibilidade de complementar e aumentar as capacidades humanas. Ou seja, a IA irá ajudar os seres humanos em algumas tarefas e até mesmo libertá-los de tarefas mais repetitivas para se que foquem nas vertentes mais complexas e criativas do trabalho.
Questões éticas...
É um dos temas na ordem do dia e um dos aspetos que mais preocupam os especialistas na matéria. Se, por um lado, IA pode trazer inúmeras vantagens à nossa vida, por outro há uma série de questões relacionadas com a ética que continuam a precisar de resposta. Por exemplo, a notícia de um acidente mortal no estado norte-americano do Arizona, provocado por um carro autónomo da Uber, veio levantar (ainda mais) a polémica. Um carro da empresa de transporte privado não conseguiu impedir a colisão contra uma mulher que atravessava uma zona da estrada pouco iluminada e fora da passadeira, e a mulher acabou por morrer. A questão que se coloca é: de quem é a responsabilidade?
A questão da responsabilidade em caso de acidentes com veículos autónomos é apenas uma entre muitas outras que estão, por enquanto, em aberto.
Algumas questões...
- Poderá um robô ferir um ser humano?
- Se os robôs conseguirem ser mais evoluídos do que o homem no campo da medicina, nomeadamente no prognóstico de doenças, haverá perda de autoridade humana?
- Valerá mais o diagnóstico feito por um médico ou o autodiagnóstico feito através do computador?
- Uma máquina pode mentir se for para um bem maior?
- Mas como é que a máquina pode avaliar o que é um “bem maior”?
- Como evitar situações de
envolvimento afetivo com robôs?
Muito ainda ficou por dizer, mas uma coisa é certa...
uma inteligência artificial (IA) fiável pode trazer muitos benefícios, nomeadamente melhores cuidados de saúde, transportes mais seguros e menos poluentes, sistemas de produção mais eficientes e transportes mais baratos e sustentáveis. A abordagem da UE relativa à IA dará às pessoas a segurança necessária para adotarem estas tecnologias e incentivará as empresas a desenvolvê-las.
É nesta ótica que a Comissão Europeia propôs uma série de medidas para reforçar a excelência no domínio da IA, bem como um conjunto de regras destinadas a assegurar que a tecnologia usada é digna de confiança.
O regulamento sobre uma abordagem europeia relativa à IA e a atualização do plano coordenado para a inteligência artificial visam garantir a segurança e os direitos fundamentais das pessoas e das empresas, reforçando simultaneamente o investimento e a inovação em todos os países da UE.
(Fonte:@@unescoportugal.mne.gov.pt/ @ec.europa.eu/@audiovisual.ec.europa.eu/@observador.pt)
Excelente trabalho, é de facto importante informar sobre temas que são desconhecidos para alguns.
ResponderEliminarParabéns!!