27 janeiro de 1945...77 anos depois: "Dia Internacional da Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto"
... cujo tema da comemoração deste ano é ‘One Day’, disse a cónega Maggie McLean à BBC.
O Projeto Europa +/ Clube Europeu esperou o após 27 de janeiro de 2022, para ver como o mundo assinalava os 77 anos da LIBERTAÇÃO DE AUSCHWITZ e o FIM DO NAZISMO (regime que matou milhões de judeus, ciganos, homossexuais e deficientes), porque alguns jovens sugeriram que todos e todas devem conhecer um dos mais cruéis factos históricos e o maior na violação dos Direitos Humanos de que há memória, que os relatos dos sobreviventes perdurem na memória de todas as gerações e que a história não se repita!
"(…) O Holocausto foi uma tragédia europeia, um ponto de viragem na nossa
história, e o seu legado faz parte do ADN da União Europeia. (…)
Não podemos mudar a história, mas as lições da história podem mudar-nos a nós."
Ursula von der Leyen, Charles Michel, David Maria Sassoli (Presidente da Comissão Europeia, Presidente do Conselho Europeu; Presidente do Parlament0 Europeu, 23 de janeiro de 2020)
Porque, segundo a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola (in mensagem para o Congresso Judaico),
"Passaram77anosdalibertaçãodocampodeconcentraçãode Auschwitz-Birkenaue recordar os horrores do Holocausto é, ainda hoje, fundamental. Apesar de décadas de esforços,ainda não fizemos o suficientepara combater a discriminação e o antissemitismo. Ainda existe medo porque ainda existe antissemitismo e porque o direito undamental de não ser discriminado, independentemente do género, da raça, da origem étnica ou da orientação sexual, é diariamente ameaçado. (...) O medo está presente, porque a ameaça persiste. E este é o nosso fracasso coletivo. (...) "
Como foi há 77 anos...
Quando o Exército Vermelho ultrapassou o portão, com uma placa onde
estava escrito “Arbeit Macht Frei” (O Trabalho Liberta), não calculava
sequer que estava a pisar as terras onde morreram mais de 1,5 milhões de
judeus dos cerca de 5,5 milhões que perderam a vida durante a II
Guerra.
Exército soviético à chegada, abordando os sobreviventes. (Universal Images Group via Getty)
Além disso...
Este exército deparou-se ainda com pessoas esqueléticas, de olhos arregalados, à beira de perder o juízo,
porém mais próximos da morte; poucas conseguiam ficar de pé, outras
estavam deitados no chão; em pleno inverno, estavam seminuas e tinham
sido brutalmente torturados. Nas casernas, o fedor era insuportável e
havia poças de sangue congeladas no chão.
Numa época em que colocar um pé na sinagoga era razão de desumanização, a
segregação começava nas ruas e nos guetos, com a estrela de David ao
peito, para que não se esquecessem a que religião pertenciam. Lá dentro,
eram tatuados, sendo a sua identidade reduzida a um número. Despiam-se,
aos homens era rapado o cabelo e, já cercados pelo arame farpado, os
judeus eram submetidos a trabalho forçado, enquanto a morte nas câmaras
de gás não chegava. Das chaminés sairia o fumo da “solução final”.
Uma pequena e boa notícia...
Cerca de sete mil prisioneiros sobreviveram, 500 deles eram crianças,
muitas que tinham sido sujeitas a experiências científicas. Aquela
fábrica da morte em território polaco era aparentemente um boato para os Aliados e, para os alemães, era um segredo de Estado.
Como o mundo assinalou o dia 27 de janeiro de 2022...
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
não foi celebrado apenas no tristemente célebre campo de concentração
polaco. Na capital do país foi colocada uma coroa de flores no monumento
que honra os heróis da insurreição do gueto de Varsóvia.
O Secretário-geral da ONU, António Guterres,destacou que o nome da organização descreve “a aliança que lutava contra o
regime nazista e aliados dizendo ainda que "o Holocausto definiu as Nações Unidas". O chefe da ONU fez homenagem aos seis milhões
de judeus mortos e lamentou o reaparecimento do ódio, xenofobia de forma alarmante, no fundo o antissemitismo, a "forma mais antiga de preconceito", lembrou ainda que“recordar o passado é crucial para proteger o futuro”(ver vídeo)
Em Portugal, o Governo deixou a sua mensagem no Portal Diplomático: "Comemorar esta efeméride significa perpetuar a memória para que nunca
mais se repitam as práticas que caracterizaram a barbárie nazi, uma
ideologia e um regime que desumanizaram e excluíram parte da Humanidade,
legitimando e institucionalizando a crueldade, a tortura e a morte. Evocamos, sem exceção, todas as suas vítimas: os judeus, os ciganos, os
homossexuais, os opositores políticos, os doentes incuráveis, os
intelectuais, as pessoas portadoras de deficiência. Recordamos igualmente os atos de resistência, heroísmo e solidariedade,
onde se incluem os exemplos de portugueses que, pela sua coragem e
altruísmo, livraram da deportação e morte milhares de vítimas da sanha
persecutória nazi: Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido,
Alberto Lis-Teixeira Branquinho, José Brito Mendes e Joaquim Carreira,
cuja memória está agora perpetuada no Ministério dos Negócios
Estrangeiros, em espaço de homenagem recentemente inaugurado. (...) É, por isso, imperativo reiterar o nosso compromisso de manter viva a
memória, porque lembrar, recordar, nunca esquecer é contribuir para
garantir hoje e sempre os direitos humanos de todos e para todos."
Os presidentes das três principais instituições europeias alertaram para
o que classificam como “uma escalada do antissemitismo” na Europa e a
necessidade de o combater ativamente.
Na Alemanha, o dia foi assinalado com a deposição de uma coroa de flores
pelo Presidente da República e pelo chanceler Olaf Scholz, em Berlim,
junto ao monumento em memória dos judeus assassinados na Europa.
Em Viena, a cerimónia juntou os chefes de Estado e governo austríacos, a
diplomacia israelita e membros das comunidades mais perseguidas pelo
regime nazi.
Para o Governo de Israel, este é, também, o momento crucial para
combater a distorção dos factos e o aproveitamento da história por parte
de movimentos populistas, que tentam associar o nazismo à defesa dos
direitos daqueles que, por exemplo, se opõem às vacinas contra a
covid-19.
No Reino Unido, o príncipe de Gales assinalou a data com a visita a
uma exposição de retratos, que ele próprio mandou fazer, de sete homens e
mulheres sobreviventes do Holocausto que vivem em Inglaterra. O príncipe Carlos encontrou-se com os artistas e com os retratados com quem
conversou durante algumas horas e que lhe contaram os horrores que,
juntamente com as famílias, viveram durante o regime nazi.
600 velas foram acesas na Catedral de York, no Reino Unido. Estas velas juntas, formam a Estrela de David, símbolo do
judaísmo e representam as vidas dos seis milhões de judeus que foram
assassinados no Holocausto, assim como as vítimas de outros genocídios. (Getty images)
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